Idade, maturação e crescimento sazonal do calamar-argentino de nadadeira curta Illex argentinus (Cephalopoda: Ommastrephidae) pescada comercialmente no sul do Brasil
Autor: Mara Cristiane Rodrigues Silveira Bainy (Currículo Lattes)
Resumo
Exemplares de Illex argentinus capturados pela pesca comercial ao longo do sul do Brasil foram amostrados mensalmente de Março de 2007 a Janeiro de 2008, para comprimento dorsal do manto (ML), sexo, idade e maturidade e para comparação entre estação fria (Junho-Novembro) e estação quente (Dezembro-Maio). Os machos foram 51.5% da amostra, 106-330 mm, 96-275 dias; enquanto que as fêmeas foram 48.5%, 114-341 mm, 124-257 dias. A distribuição de freqüência de ML mostrou que exemplares pequenos ocorreram durante todo o ano enquanto que os machos e as fêmeas grandes ocorreram apenas na estação fria. O retro-cálculo da data de eclosão mostrou uma desova anual, sendo mais intensa nos meses frios. 131-330 mm ML e 147-275 dias foram os mínimos e os máximos encontrados para os machos maturos, enquanto que para as fêmeas foram 166-341 mm e 146-257 dias. A média do ML na maturidade foi de 181,2 mm e 156,3 mm para fêmeas e machos, respectivamente, e, 79,8% das fêmeas maturas estavam acasaladas. A fase paralarval teve uma média de 28,4 dias e não houve diferença sazonal e no sexo. O crescimento (incremento médio diário ML) dos calamares eclodidos na estação quente e que cresceram como juvenis e maturos na estação fria foi maior do que aqueles eclodiram na estação fria. O oposto foi observado para os calamares que eclodiram na estação fria. De acordo com estes resultados, Illex argentinus pequenos e maturos, desovam e eclodem no sul do Brasil em todas as estações e têm uma fase paralarval menor do que os exemplares de latitudes mais altas. A mistura de calamares pequenos eclodidos por todo o ano e calamares maiores desovantes de inverno é sugerido.